quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

As Roupas e o Corpo

Não, não vou falar de moda. Já teve até uma época que eu me interessei pelo assunto, mas já passou.

Eu gosto de roupas. Gosto de me vestir bem, de ter peças para escolher e de comprar uma roupa nova uma vez ou outra (mas pouco, não sou lá muito consumista). Não vejo o menor problema nisso. O que eu acho problemático é quando a roupa começa a nos limitar.

Eu morro de pena dos homens que trabalham de terno em dias de calor como esses de agora. Mesmo que eles trabalhem em lugar com ar condicionado, uma hora eles têm que sair da sala, nem que seja para ir embora. E pegar ônibus ou carro sem ar condicionado neste calor não deve ser das coisas mais agradáveis...

Já nós mulheres temos o privilégio de usar salto. Uma coisa assim suuuper confortável. Eu até sou acostumada, mas trabalho sentadinha, quase não me ando pela empresa. Aí fica tranquilo. Agora... Vou eu precisar ir ali no banco na hora do almoço... No calor... E de salto... Volto suada e com pés doendo. Uma delícia.

E sutiã! Eita coisa desconfortável que arrumaram para a gente. Por que foram erotizar os seios femininos? Por quê? POR QUÊ? Os homens também sentem prazer no mamilo, não? E nem por isso o mamilo deles é erotizado. Eu sinto muito prazer no pescoço e graças aos céus ninguém teve a idéia de ser de bom tom esconder os pescoços femininos (imagina o calor).

Agora os ombros... Os ombros são sexuais? Jura? Outro dia uma menina aqui da empresa estava falando que acha que "pega mal" usar roupas com ombro de fora na empresa. OMBROS! Ai ai... Vai entender. Eu lá, com muita blusa sem manga, nem aí. Eu odeio blusa com manga curta. Ou é manga cumprida (que o calor impede) ou sem manga. A manga pertinho da axila me incomoda muito, irrita meu braço, chega a deixar marca. E no calor? (ah... o calor...) Zero conforto.

Eu sou um pouco rebelde com esse negócio de roupa. Lembro que quando fazia capoeira, eu era uma das poucas meninas que já saíam de casa com o uniforme. Como ele é feio, as meninas iam quase todas arrumadinhas e trocavam de roupa chegando na academia. Umas falavam que era estranho sair na rua com a roupa de capoeira, que as pessoas olhavam... Anh? Jura? Ninguém me olhava mais por eu estar com roupa de capoeira, aliás até olhavam menos porque ela não é lá muito sexy (nosso uniforme era blusa larga branca e uma calça branca igualmente larguinha).

Mas, olhando historicamente, fico até esperançosa. As roupas já foram bem mais desconfortáveis e limitadoras. Está certo que eu não posso sair com a roupa do trabalho e ir praticar corrida, e que algumas roupas que eu tenho são incômodas e calorentas, mas é só ver filmes de época e ver os vestidos que as mulheres européias usavam (não só a realeza, as camponesas também) que eu fico até feliz. Vislumbro um futuro de mais conforto.

Pensando bem... Por que a gente não continuou como os índios brasileiros, hein? Bem mais prático (e condizente com nosso clima) andar pelado.

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