terça-feira, 31 de julho de 2012

Escolhendo ao que Dar Valor

Ontem eu cheguei em casa como eu quase todos os dias. Cansada do trabalho e do longo percurso que faço pra voltar. São 15 km. Chego carregando sacola de frutas que comprei, a correspondência que o porteiro me entregou, a blusa de frio do dia. Chego cheia de mal humor.

Assim que abro a porta, como todo os dias, vem a Xena, nossa cachorrinha, me receber. Pulando. Toda alegre. Latindo. E eu, concentrada em amaldiçoar o trânsito, em levar pro meu quarto todas as coisas que estou carregando, nem presto atenção nela. Faço um carinho mecânico e já vou indo pro meu quarto. Parei na porta e fiquei pensando... Será que é essa pessoa que eu quero ser mesmo? Será que eu prefiro ficar alimentando stress e raiva do que aproveitar aquele momento com a Xena?

A Xena já está com 10 anos. É uma velhinha do mundo canino. Há 10 anos ela mora com a gente. Cada vez que eu saí de casa (morar fora, morar sozinha), eu sentia uma falta danada de ser recebida por ela. Daqui a algum tempo, essa ausência vai ser permanente. E eu quero perder esse tempo estressando por causa de trânsito e de sacolas?

Quando a Xena cansou da minha receptividade tão sem graça e voltou pra sua cama, eu me toquei. Fui atrás dela fazer um carinho, brincar um pouco, mas aquele momento eu já tinha perdido. Eu perdi as boas-vindas dela daquele dia. Hoje não vou cometer o mesmo erro.


Foto da Xena no sítio, tirada pela minha irmã, Juliana.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Balanço do Primeiro Mês

Um mês após ter ido ao médico e decidido mudar minha vida, eis como estou:

1. Emagrecimento.
Perdi 2 kg. Não é muito, mas é ótimo. Nesse ritmo, em 4 meses eu volto pro meu peso normal. Como eu já comia relativamente bem, não mudei muita coisa. Só cortei o que dava gastrite e o exagero de doces.

2. Sono.
Já melhorou, mas ainda está longe de resolver. As mudanças para diminuir o ritmo e para dormir melhor ajudaram muito. Agora, eu só durmo mal umas duas vezes por semana, sendo que antes era todo dia. Creio que para dormir bem mesmo eu tenha que melhorar o stress como um todo.

3. Stress.
Já melhorou, mas está longe, muito longe mesmo de resolver. Eu ainda fico estressada, mas não mais o tempo todo. Ainda tenho que melhorar nisso.

4. Simplificar.
Pesquisar sobre o minimalismo e aplicá-lo na minha vida tem sido ótimo, mas também estou no início do processo. Vou começar a colocar mais em prática tentando desapegar de algumas coisas materiais.

5. Controle financeiro.
Eu tenho tentado melhorar minhas finanças já há uns 6 meses. Pesquisando sobre investimentos e já investindo em alguns, controlando o que consumo, registrando meus gastos e tentando ser mais consciente e organizada. Ainda estou começando também. Mas tenho feito um esforço de me dedicar pelo menos um pouquinho a isso todo dia.

Está sendo muito bom. Um aprendizado e tanto. O esforço é muito, mas os resultados são ótimos. Manter o registro de tudo aqui neste blog tem me ajudado a organizar a cabeça, a não perder o que eu aprendi e tem me motivado também a continuar.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dicas para Dormir Melhor

Dormir mal atrapalha em tanta, mas tanta coisa. No outro dia, a gente fica indisposto, ansioso, sem energia, facilmente irritável... Até poucos meses atrás (não sei dizer quantos exatamente), eu dormia muito bem. Na verdade, ainda deito e durmo com facilidade, meu problema agora é acordar durante a noite e ter muitos sonhos cansativos e agitados.

Já venho observando meu sono tem algumas semanas e já percebi algumas coisas que o atrapalham. Pedi dicas também pra minha médica e procurei bastante na internet. Escrevi essa listinha para me ajudar e colei no meu mural, que fica em cima da minha cama. Espero que possa ajudar alguém também:

1. Dormir no horário.
Não adianta dormir bem se o número de horas não for suficiente. Minha médica (e a internet) me disse que a necessidade de sono da maioria das pessoas da minha idade (31 anos) é de 6 a 8 horas. Estabeleci 7:30 pra mim então. Como eu acordo pra trabalhar 06h, tenho que dormir 22:30h.

2. Não comer coisas pesadas antes de ir pra cama.
Foi a dica mais unânime. Tinha em todos os sites que pesquisei e foi a primeira recomendação da minha médica. De noite, é melhor comer coisas leves, em pouca quantidade e de fácil digestão. Como eu tenho gastrite, devo evitar também leite, pão de queijo, essas coisas.

3. Não fazer exercícios físicos pesados antes de ir pra cama.
O prazo que dão é 2 horas. Eu puxei pra 2:30, pra garantir. Todo dia depois do trabalho, eu corro ou jogo tênis. Tenho que terminar até 20h.

4. Usar protetor auricular.
Essa foi dica de uma menina do meu trabalho e foi mágica. Eu moro em frente a uma avenida movimentada, onde passa ônibus de madrugada e tudo. Dormir com o protetor me ajudou muito!

5. Desligar aparelhos eletrônicos.
No meu quarto, tem alguns aparelhos eletrônicos (TV, som, blu-ray player). Eles têm uma luzinha bem pequenininha que fica acesa mesmo quando estão desligados, e que no escuro absoluto incomodam. Estou tirando todos da tomada antes de dormir. Imagino que isso ajude também a eliminar barulhos que eles façam e até energias ou coisa parecida que produzam.

6. Manter o local de dormir com o mínimo de estímulos visuais/sonoros.
Vi essa dica em uns sites da internet e achei interessante. Pensei também que diminuir enfeites no quarto pode diminuir a poeira acumulada, o que deve fazer bem pro sono (e pra vida).

7. Ir relaxando.
Várias coisas boas para isso: tomar banho quente, tomar chá ou leite quente (seu corpo quente diminui a pressão, relaxa os músculos e logo facilita o sono), colocar abajur com luz azul ou violeta no quarto (relaxante), ouvir músicas relaxantes, meditar, passar cremes na pele, pentear cabelo...

8. Evitar estímulos.
Além dos estímulos no quarto, evitar também antes de dormir: ver filmes de ação ou suspense, ouvir rock ou outro estilo de música muito animado, conversar acaloradamente com alguém, tomar café.

9. Ler antes de dormir.
O ideal e indicado é buscar uma atividade relaxante. Indicam muito deitar e esperar o sono chegar. Mas se eu deito e apago a luz direto, minha mente começa a imaginar mil coisas, eu fico estressada e não durmo. Eu tentei meditar, mas não consigo dominar minha mente, que começa a imaginar mil coisas e tal. Tentei ouvir música, mas acontece a mesma coisa (minha mente de novo).  Ler um livro com tranquilidade resolveu pra mim. Eu consigo focar e minha mente vai relaxando. Quando sinto que estou bem relaxada, desligo o abajur e durmo.

10. Abajur do lado da cama.
Ter que levantar pra apagar a luz, depois de ter relaxado, me desperta de novo. Antigamente, tinha interruptor perto da cama, né? Era bom... Mas um abajur resolve.

Dicas que ainda não sei se resolvem: tomar chá de camomila e tomar suco de maracujá bem concentrado.

Vou continuar pesquisando... Se alguém estiver lendo, tem alguma dica a acrescentar?


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Desapegando da Pressa

Se tem uma coisa que caracteriza nossa sociedade atual é a pressa. Vejo as pessoas ao meu redor correndo de um lado para o outro para dar conta de tudo que têm para fazer. Eu inclusa. Está todo mundo cansado o tempo todo, querendo férias, estressado e nervoso.

Para tentar controlar isso e logo melhorar minha saúde e meu sono, resolvi adotar algumas atitudes.

1. Sair 10 minutos mais cedo. 
É simples. Eu calculo o tempo que vou gastar para chegar no lugar na hora certa, acrescento 10 minutos e saio de casa nesse horário. Assim, não vou sair correndo, amaldiçoando os sinais de trânsito, costurando os carros, olhando o relógio, xingando a falta de vaga pra estacionar. Vou tranquila.

2. Fugir dos horários de pico. 
Na minha empresa, a jornada é flexível. Eu consigo então montar meu horário dentro de algumas limitações. Fiz testes e descobri que o ideal pra mim, obedecendo ao que a empresa pede, é chegar cedinho. Ir embora do trabalho é complicado, porque tem trânsito até umas 20h.  Então eu resolvi praticar corrida aqui do lado, enquanto espero o trânsito diminuir. Tenho uma colega que fez o mesmo, mas com a academia.

3. Dizer não. 
Dificílimo pra mim. Principalmente quando são pessoas queridas querendo encontrar, comemorar algo, sair pra jantar. Eu quase sempre fico com vontade de ir, e ainda tenho aquele impulso de querer sempre agradar que a gente ganha de brinde por ter sido criada como mulher. Mas a verdade é que não dá. Não dá pra sair pra uma balada de rock na quarta à noite tendo que trabalhar no outro dia 07:30h, não dá pra sair pra jantar com sua irmã no japonês rapidinho e depois ir no aniversário ao qual você já tinha prometido ir. Eu explico os motivos e as pessoas até insistem, mas os amigos e aqueles que te querem bem, vão entender um não ocasional.

4. Manter locais organizados.
É muito mais fácil e rápido achar algo quando você sabe onde ele está. A gente perde muito mais tempo procurando coisas do que gastaria se guardasse a coisa no lugar certo e, na hora que precisar, é só pegar. É um cálculo simples. Vale a pena.

5. Definir prioridades. 
Não tem como fugir. É o mais importante. Vai inclusive ajudar a dizer não, pois eu vou saber o que é mais importante pra mim. Mas isso é o mais complicado. Ainda tenho que trabalhar muito isso.

6. Programar tempos para não fazer nada. 
Se definir prioridades é o mais importante, a primeira prioridade é essa. Esses tempos não preenchidos são aqueles nos quais vou descansar, conversar com minha família, sair com um amigo, ler um livro, pensar. A gente precisa disso. A vida é isso.

Estou vivendo assim tem só uma semana e ontem, pela primeira vez em muito tempo, eu dormi bem. Analisando o que escolhi fazer, vejo que é até meio óbvio, mas a gente não pára para pensar e mudar a vida a não ser que tenha um empurrão, né? Pelo menos foi assim comigo...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reconhecendo Limites

Tem uma coisa que a gente não consegue mudar: o número de horas em um dia.

Eu (e todo mundo) queria ter mais tempo para fazer mais coisas. É tanta coisa que eu queria fazer... Sair mais, ver mais filmes, visitar mais amigos, estudar outra língua etc. etc. Mas, apesar de filmes de ficção científica brincarem com a ideia de um clone, ou de viajar no tempo, isso ainda não é possível. Então o jeito é a gente se virar com essas 24 horas mesmo.

E já que o tempo é limitado e não vai dar pra fazer tudo, o segredo é escolher bem o que fazer com essas 24 horas diárias.

Mas é preciso ter cuidado e mudar uns paradigmas. A maioria dos artigos, dos cursos e dos livros buscam te ensinar como colocar o máximo possível de atividades em um dia. É o que chamam de administração do tempo.

Falam que você deve estudar enquanto almoça, escutar um áudio curso enquanto dirige, ler livros de negócios na fila do banco, ver o jornal enquanto toma banho, ligar pra conversar com os amigos enquanto está parado no trânsito. E eu caí nessa. E por isso estou aqui, cheia de stress, sem conseguir raciocinar direito, de mal com a vida e com problemas de saúde aos 31 anos. Tá tudo errado.

Estou cada vez mais convencida de que focar é a chave. É escolher o que é mais importante e se dedicar só àquilo, sem pressa, sem correria. É ter tempo para descansar entre uma atividade e outra e aproveitar a vida.

Estou me propondo então um exercício muito simples. Fazer cada coisa de uma vez, sem pensar na próxima coisa. Enquanto estiver almoçando, vou só almoçar. Enquanto estiver lendo uma notícia, vou lê-la inteira e não ler picado ao decorrer do dia. Se eu cansar de ler a notícia, não vou ler mais. Ponto. Enquanto estiver fazendo uma atividade de trabalho, vou deixar as janelas do MSN piscando, não vou me preocupar com as outras tarefas na minha agenda. Vou me entregar por inteiro àquela atividade e só depois que terminar passar para a próxima.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Diminuindo o Ritmo

É estranho precisar mudar e descobrir o que mudar quando você achava que estava fazendo tudo certinho. Mas, pensando e analisando bem, creio que o meu principal problema seja o excesso. Então vou começar por aí.

Nossa sociedade tem pregado muito o consumismo e o excesso. É sempre muita coisa pra ver, pra fazer, pra comprar, pra comer, pra curtir... É tanta coisa que não sobra tempo pra respirar. E a gente fica sempre correndo e sempre achando que não é o suficiente. E achando também que não é feliz porque ainda não viu, fez, comprou, comeu o bastante. Que se tentar um pouquinho mais, se dedicar um pouco mais ainda, a felicidade está logo ali. Estou desconfiando dessa fórmula.

Estou desconfiando que a gente é o ratinho que fica correndo e fazendo girar a rodinha para os outros (não sei quem seriam os outros... o capitalismo? a economia? os ricos? não sei...). A gente fica escravo. E sempre achando que precisa correr mais ainda. Bom... Não me parece muito racional.

Vou tentar então diminuir o ritmo, cortar excessos, ser mais simples. Desapegar de tanta coisa. Respirar mais e tentar aproveitar mais cada momento sem estar pensando e já planejando o seguinte.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Voltando ao Blog (ou Um Choque de Realidade)

Eu sempre me achei muito saudável, sabe? Como mais ou menos bem, não sou gorda nem magra, pratico esportes, não bebo muito, durmo cedo todos os dias... Tudo bonitinho, como mandam todas as matérias de auto-ajuda das revistas e também o discurso senso comum que se ouve por aí.

Qual não foi a minha surpresa ao ir ao médico pra ver se minha anemia estava controlada (não como carne) e descobrir que eu estava com gastrite. De quebra, descubro que estou 10 quilos acima do meu peso. Não parece absurdo?

Sempre achei que gastrite era coisa de viciado em coca-cola, de gente super estressada, de quem não come direito, de quem se entope de café... Bom... Achava que era coisa dos outros. Não tinha parado pra pensar no stress que anda a minha própria vida. Na correria que eu arrumo inclusive pra manter todo o esquema trabalho/estudo/esportes/vida social e dar conta dessa vida perfeita que vendem pra gente nas TVs, revistas e até discursos médicos. Em como meus ombros ficam retesados, e minha mandíbula também, quando eu enfrento esse trânsito dos infernos de cidade grande. Em como eu estou acordando várias vezes durante a noite quando, antigamente, eu dormia pesado e direto.

E confesso que não tinha pensado também em como minhas roupas não estavam servindo mais. Eu falava pra mim mesma que, com tanto esporte que pratico, logo logo eu ia naturalmente voltar a caber nas roupas. Eu achava que a trufa de chocolate que eu comia a tarde pra desestressar era apenas um pequeno excesso. Não tinha reparado que o stress tinha virado diário e logo a trufa idem.

Eu não quero ser essa pessoa. Eu não quero ter essa vida.