Diálogo dia desses no meu trabalho. Os personagens: eu, colega 1 e colega 2.
COLEGA 1 (para o colega 2): Amanhã você vai dar um treinamento para os engenheiros, hein? Que responsabilidade! Vai ter que vir bem vestido...
EU (devaneando): Engraçado isso, né? Como se alguém estar bem vestido significasse alguma coisa.
COLEGA 2: Mas significa. As pessoas te respeitam mais, muito mais.
EU (já começando a perceber onde isso ia dar e já me arrependendo): Mas você é a mesma pessoa. Você se veste melhor pras pessoas te respeitarem, e as pessoas te respeitam porque você se vestiu melhor, e você se vestiu pra elas te respeitarem. Olha que coisa sem sentido.
COLEGA 1: Ah... Mas imagina chegar alguém todo mulambento pra te dar um treinamento. Você vai prestar atenção?
EU: Olha... Não importa como você esteja vestido, tenho que te escutar um pouquinho antes pra saber se você tem algo que eu queira ouvir pra falar ou não. Mas o que eu estou falando não é isso...
COLEGA 2 (me interrompendo): Então é pra eu vir vestido de qualquer jeito mesmo? O chefe vai reclamar.
EU (respirando fundo): Não... Não é isso que estou dizendo. Só estou falando que é curioso a gente se vestir pra alguém te respeitar e os outros te respeitarem por isso. Foi só um devaneio... Esquece.
Ai ai... Como eu sou uma pessoa estranha...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Praticando o desapego às coisas...
Vai chegando natal, fim de ano e aquela sensação de generosidade, bondade... Época ideal para se praticar o desapego fazendo uma limpa no armário e jogando um tanto de coisa inútil fora, e doando àquelas que podem ser úteis para outras pessoas.
Eu confesso que sou ligeiramente obcecada com arrumação e que faço esse processo mais ou menos de 3 em 3 meses. Arrumo o armário, tiro poeira de tudo, analiso as roupas que não preciso mais, umas tranqueiras que fui acumulando sem perceber, organizo os papéis que já não estavam organizados e vejo o que pode ser jogado fora, promovo uma reorganização das prateleias, vejo os livros que tenho e que não faz sentido eu continuar a ter...
Depois disso, separo o que posso reciclar (papéis), o que posso doar (roupas e sapatos que não uso mais), o que eu tenho que devolver pros donos (sempre tem aquelas coisas que a gente pegou emprestado com alguém ou alguém esqueceu na nossa casa e que a gente guarda no armário e ficam lá) e o que pode simplesmente ir pra lixeira.
Eu tenho uma dificuldadezinha em me desapegar das minhas roupas. Não porque eu seja louca apaixonada por roupas, mas sim porque eu sou super cuidadosa e elas duram anos e anos. Aí, geralmente elas continuam usáveis, mas não acho bonitas mais, ou já usei demais, ou não combinam mais com a minha idade (roupas de bichinhos, saias muito curtas...) ou não servem mais; mas como estão ainda conservadas, eu sempre acho que um dia posso querer usar. Mas tenho vencido esse sentimento, o que acaba sendo bom para o meu armário (não fica abarrotado), para mim (fico feliz em doar) e para a pessoa que ganhou a roupa.
Minha mãe é completamente apegada. Ela guarda embrulhos de presente, caixas, embalagens de produtos que já acabaram, tudo que ela vê alguém jogando fora, parte das coisas que eu coloco pra doar, tudo quanto é tipo de cadernos, papéis e livros velhos... Ela guarda porque "um dia pode ser útil". Só que ela junta uma quantidade tal de coisas que quando chega a hora de a tal coisa ser útil, ela não consegue encontrar no meio das bagunças dela. E não consigo deixar de pensar que enquanto aquele tanto de coisa está sendo acumulada ali sem uso, juntando poeira e até estragando com o tempo (e a bagunça), muita gente poderia estar usando-as e aproveitando-as. Ou então podiam estar sendo recicladas. É uma situação em que todo mundo perde, não?
Eu confesso que sou ligeiramente obcecada com arrumação e que faço esse processo mais ou menos de 3 em 3 meses. Arrumo o armário, tiro poeira de tudo, analiso as roupas que não preciso mais, umas tranqueiras que fui acumulando sem perceber, organizo os papéis que já não estavam organizados e vejo o que pode ser jogado fora, promovo uma reorganização das prateleias, vejo os livros que tenho e que não faz sentido eu continuar a ter...
Depois disso, separo o que posso reciclar (papéis), o que posso doar (roupas e sapatos que não uso mais), o que eu tenho que devolver pros donos (sempre tem aquelas coisas que a gente pegou emprestado com alguém ou alguém esqueceu na nossa casa e que a gente guarda no armário e ficam lá) e o que pode simplesmente ir pra lixeira.
Eu tenho uma dificuldadezinha em me desapegar das minhas roupas. Não porque eu seja louca apaixonada por roupas, mas sim porque eu sou super cuidadosa e elas duram anos e anos. Aí, geralmente elas continuam usáveis, mas não acho bonitas mais, ou já usei demais, ou não combinam mais com a minha idade (roupas de bichinhos, saias muito curtas...) ou não servem mais; mas como estão ainda conservadas, eu sempre acho que um dia posso querer usar. Mas tenho vencido esse sentimento, o que acaba sendo bom para o meu armário (não fica abarrotado), para mim (fico feliz em doar) e para a pessoa que ganhou a roupa.
Minha mãe é completamente apegada. Ela guarda embrulhos de presente, caixas, embalagens de produtos que já acabaram, tudo que ela vê alguém jogando fora, parte das coisas que eu coloco pra doar, tudo quanto é tipo de cadernos, papéis e livros velhos... Ela guarda porque "um dia pode ser útil". Só que ela junta uma quantidade tal de coisas que quando chega a hora de a tal coisa ser útil, ela não consegue encontrar no meio das bagunças dela. E não consigo deixar de pensar que enquanto aquele tanto de coisa está sendo acumulada ali sem uso, juntando poeira e até estragando com o tempo (e a bagunça), muita gente poderia estar usando-as e aproveitando-as. Ou então podiam estar sendo recicladas. É uma situação em que todo mundo perde, não?
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Ame o seu trabalho!
Uma dessas "verdades" que a gente sempre escuta é que você deve amar seu trabalho mais que tudo no mundo, que só assim se é feliz.
Olha... Eu até concordo que gostar do que faz e ter uma paixão por aquilo seja importante. Afinal, é o que você faz na maior parte do seu tempo. Opa... Já acho estranho.
Acho estranho que a gente seja tão definida pelo trabalho. Quando perguntam: "O que você é?", a resposta é sempre sua profissão. Eu, Fernanda, sou mulher, adulta (mas nem sempre), capoeirista, filha da minha mãe e do meu pai, namorada do meu namorado, adoradora de doces, filmes e livros, estudante de francês, amiga dos meus amigos... Ah... Sou também redatora, e formada em Jornalismo.
Apesar de adorar meu trabalho, não me defino por ele. E não adoro trabalhar todo o tempo do meu dia. Me desculpem não ser uma praticante de horas extras infinitas. Assim como meu trabalho é importante, é também meu francês, minha terapia, meu almoço (eu não pulo almoço pra trabalhar como alguns dos meus colegas de trabalho), meu tempo à toa lendo em casa, minhas horas de corrida, encontrar com meus amigos, curtir meu namorado, meus projetos paralelos (não relacionados e relacionados à profissão)... Tudo isso é tão importante e merece tanto cuidado quanto meu trabalho.
Claro que a gente tem que equilibrar as coisas, né? Quando realmente é preciso que eu faça hora extra, eu faço. Deixo a corrida/francês/terapia/encontro com namorado pra outro dia. Mas se eu faço hora extra todo dia, deixo essas coisas pra que dias? Fins de semana? Mas eu não vou trabalhar no fim de semana? E meu almoço? Se abro mão dele todo dia, adeus saúde.
Eu volto a repetir que adoro meu trabalho, acredito que eu esteja contribuindo para a sociedade, acho-o importante e tudo mais, mas não acho que ele seja TODA a minha vida. Nem acho que deva ser.
Acho engraçado que a "cultura/mídia/sociedade" (difícil definir um sujeito) fale pra gente o tempo todo que você deve amar loucamente sua profissão, se definir por ela, tê-la como a coisa mais importante da sua vida, prioridade absoluta. E acho curioso também que sempre se fale de profissão como sendo nossa vocação, nossa razão de vir ao mundo; mas a profissão é o que mais? A nossa forma de ganhar dinheiro... Unh... E ter como consumir... Ah... E precisar cada vez mais consumir porque a mesma "cultura" (preciso de uma palavra melhor pra isso, mas não tenho) te diz que você é feliz e uma pessoa importante (pra quem?) se consome, se tem os produtos da moda e de tecnologia de ponta. E como você não está feliz (pois se mata de trabalhar e a vida não é só isso) continua comprando, e trabalhando mais para comprar mais, porque trabalhando e comprando você é uma pessoa legal, de valor pra sociedade.
Ah... É... Bom... Começa a fazer sentido...
Eu quero isso? Bom... Acho que não.
Olha... Eu até concordo que gostar do que faz e ter uma paixão por aquilo seja importante. Afinal, é o que você faz na maior parte do seu tempo. Opa... Já acho estranho.
Acho estranho que a gente seja tão definida pelo trabalho. Quando perguntam: "O que você é?", a resposta é sempre sua profissão. Eu, Fernanda, sou mulher, adulta (mas nem sempre), capoeirista, filha da minha mãe e do meu pai, namorada do meu namorado, adoradora de doces, filmes e livros, estudante de francês, amiga dos meus amigos... Ah... Sou também redatora, e formada em Jornalismo.
Apesar de adorar meu trabalho, não me defino por ele. E não adoro trabalhar todo o tempo do meu dia. Me desculpem não ser uma praticante de horas extras infinitas. Assim como meu trabalho é importante, é também meu francês, minha terapia, meu almoço (eu não pulo almoço pra trabalhar como alguns dos meus colegas de trabalho), meu tempo à toa lendo em casa, minhas horas de corrida, encontrar com meus amigos, curtir meu namorado, meus projetos paralelos (não relacionados e relacionados à profissão)... Tudo isso é tão importante e merece tanto cuidado quanto meu trabalho.
Claro que a gente tem que equilibrar as coisas, né? Quando realmente é preciso que eu faça hora extra, eu faço. Deixo a corrida/francês/terapia/encontro com namorado pra outro dia. Mas se eu faço hora extra todo dia, deixo essas coisas pra que dias? Fins de semana? Mas eu não vou trabalhar no fim de semana? E meu almoço? Se abro mão dele todo dia, adeus saúde.
Eu volto a repetir que adoro meu trabalho, acredito que eu esteja contribuindo para a sociedade, acho-o importante e tudo mais, mas não acho que ele seja TODA a minha vida. Nem acho que deva ser.
Acho engraçado que a "cultura/mídia/sociedade" (difícil definir um sujeito) fale pra gente o tempo todo que você deve amar loucamente sua profissão, se definir por ela, tê-la como a coisa mais importante da sua vida, prioridade absoluta. E acho curioso também que sempre se fale de profissão como sendo nossa vocação, nossa razão de vir ao mundo; mas a profissão é o que mais? A nossa forma de ganhar dinheiro... Unh... E ter como consumir... Ah... E precisar cada vez mais consumir porque a mesma "cultura" (preciso de uma palavra melhor pra isso, mas não tenho) te diz que você é feliz e uma pessoa importante (pra quem?) se consome, se tem os produtos da moda e de tecnologia de ponta. E como você não está feliz (pois se mata de trabalhar e a vida não é só isso) continua comprando, e trabalhando mais para comprar mais, porque trabalhando e comprando você é uma pessoa legal, de valor pra sociedade.
Ah... É... Bom... Começa a fazer sentido...
Eu quero isso? Bom... Acho que não.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Um pouco de mim e do não-mim
Eu queria ser mais cool, sabe? Mais desapegada e tranquila. Queria ser daquelas pessoas que andam pela vida olhando para o horizonte sem precisar de nada e de ninguém, só desfrutando. Mas não sou. A verdade é que eu sou toda apegada e preocupada.
Eu queria gostar de jogar xadrez. Acho tão interessante. Deve ser bem legal ficar bolando todas aquelas estratégias na cabecinha. Mas a verdade é que eu sou muito ansiosa e perfeccionista pra jogar xadrez. Só de olhar praquele tabuleiro já me dá uma angústia sem tamanho. Nem sei como começar. Aquele tanto de peças, de possibilidades, e como diabo eu monto uma estratégia de ataque? Angústia!
Eu queria ser menos dorminhoca. Odeio dormir sempre no meio de aulas e filmes. Odeio! E odeio ainda mais que me encham o saco por causa disso. É... Não tenho o menor senso de humor quando se trata de eu não conseguir ficar com os olhos abertos, mesmo me esforçando muito. E não. Não é só me esforçar que eu consigo ficar acordada. Assim como frio não é psicológico nada.
Eu queria ser menos carente e baranga. Adoro carinho, presentes, mimos, adoro receber mensagens no celular e e-mails (telefonemas e cartas são coisa do passado mesmo, infelizmente), receber surpresinhas carinhosas e elogios... Adoro! Mas não acho que eu devia esperar essas coisas todas. Coisa de gente carente e insegura. Mas a verdade é que eu sou isso sim.
Mas, apesar de todas essas coisas que eu não queria ser, tem uma coisa que eu sou e tenho muito orgulho de ser: eu mesma.
Eu queria gostar de jogar xadrez. Acho tão interessante. Deve ser bem legal ficar bolando todas aquelas estratégias na cabecinha. Mas a verdade é que eu sou muito ansiosa e perfeccionista pra jogar xadrez. Só de olhar praquele tabuleiro já me dá uma angústia sem tamanho. Nem sei como começar. Aquele tanto de peças, de possibilidades, e como diabo eu monto uma estratégia de ataque? Angústia!
Eu queria ser menos dorminhoca. Odeio dormir sempre no meio de aulas e filmes. Odeio! E odeio ainda mais que me encham o saco por causa disso. É... Não tenho o menor senso de humor quando se trata de eu não conseguir ficar com os olhos abertos, mesmo me esforçando muito. E não. Não é só me esforçar que eu consigo ficar acordada. Assim como frio não é psicológico nada.
Eu queria ser menos carente e baranga. Adoro carinho, presentes, mimos, adoro receber mensagens no celular e e-mails (telefonemas e cartas são coisa do passado mesmo, infelizmente), receber surpresinhas carinhosas e elogios... Adoro! Mas não acho que eu devia esperar essas coisas todas. Coisa de gente carente e insegura. Mas a verdade é que eu sou isso sim.
Mas, apesar de todas essas coisas que eu não queria ser, tem uma coisa que eu sou e tenho muito orgulho de ser: eu mesma.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Primeiro rascunho
Acabei de criar este blog, mas só pelo título já dá pra imaginar que não sei direito ainda o que ele vai ser. Sei que precisava escrever e que se fosse ficar esperando uma inspiração divina, ou já ter toda a concepção do que seria o blog na cabeça (e eu ia querer colocar no papel também), ia acabar não começando nunca. O mesmo motivo pelo qual eu nunca comecei a escrever um livro, apesar de sempre ter tido essa vontade.
Eu fico com essa vontade pretenciosa de escrever algo genial. Quando sento, começo a rabiscar umas idéias e não sai nada de genial, rasgo a folha e jogo fora. Fico presa nessa idéia perfeccionista inútil, pensando em como ser brilhante e lá vou eu com 29 anos não tendo escrito metade do que eu gostaria (e olha que eu trabalho escrevendo, hein?).
Não sei ainda se vai ser um blog pessoal, de crônicas, de contos ou de tudo isso junto. Nem sei se vou deixar este post que estou escrevendo agora definitivamente aqui. Mas, né? Já que o blog se propõe a ser o rascunho de algo ainda indefinido, nada mais adequado do que começar assim.
Eu fico com essa vontade pretenciosa de escrever algo genial. Quando sento, começo a rabiscar umas idéias e não sai nada de genial, rasgo a folha e jogo fora. Fico presa nessa idéia perfeccionista inútil, pensando em como ser brilhante e lá vou eu com 29 anos não tendo escrito metade do que eu gostaria (e olha que eu trabalho escrevendo, hein?).
Não sei ainda se vai ser um blog pessoal, de crônicas, de contos ou de tudo isso junto. Nem sei se vou deixar este post que estou escrevendo agora definitivamente aqui. Mas, né? Já que o blog se propõe a ser o rascunho de algo ainda indefinido, nada mais adequado do que começar assim.
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