Assim que abro a porta, como todo os dias, vem a Xena, nossa cachorrinha, me receber. Pulando. Toda alegre. Latindo. E eu, concentrada em amaldiçoar o trânsito, em levar pro meu quarto todas as coisas que estou carregando, nem presto atenção nela. Faço um carinho mecânico e já vou indo pro meu quarto. Parei na porta e fiquei pensando... Será que é essa pessoa que eu quero ser mesmo? Será que eu prefiro ficar alimentando stress e raiva do que aproveitar aquele momento com a Xena?
A Xena já está com 10 anos. É uma velhinha do mundo canino. Há 10 anos ela mora com a gente. Cada vez que eu saí de casa (morar fora, morar sozinha), eu sentia uma falta danada de ser recebida por ela. Daqui a algum tempo, essa ausência vai ser permanente. E eu quero perder esse tempo estressando por causa de trânsito e de sacolas?
Quando a Xena cansou da minha receptividade tão sem graça e voltou pra sua cama, eu me toquei. Fui atrás dela fazer um carinho, brincar um pouco, mas aquele momento eu já tinha perdido. Eu perdi as boas-vindas dela daquele dia. Hoje não vou cometer o mesmo erro.
Foto da Xena no sítio, tirada pela minha irmã, Juliana.
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